terça-feira, 24 de julho de 2012

Três de mim

Texto redigido na madrugada de 20 de Julho de 2012.

A busca da poética que guie, impulsione, coloque em movimento o meu trabalho jornalístico e artístico é o que define a relação com o entorno em que convivo.
Experiências vivenciadas durante esses dois anos de convivência com o universo teatral e seu fazer artístico criou uma percepção crítica e deliberada do fazer jornalístico, no qual é necessário estar de acordo com os motes do veículo pelo qual o seu trabalho é reportado. Assim como pelo seu mote pessoal, que pode sim estar intrínseco nas entrelinhas de cada texto, mas que é necessário saber o que quer ser dito.
A mensagem que o público capta de um texto dito por um ator, por uma bailarina que executa com suavidade e perfeição sua coreografia ou a seleção das palavras de um jornalista para retratar um fato não depende do emissário dessa mensagem, o acaso está envolto; se será captada uma mensagem, se gerará uma reflexão sobre isso não é possível ter controle. Mas, sim é possível saber o que quer ser dito e para quem.
O jornalista com a percepção do olhar que escuta, o ouvido que enxerga, da mão que sente o cheiro; mantém o mesmo estado de prontidão para a ação que o ator tanto se coloca em pesquisa, porque isso é treino, persistência, necessidade para captar o simples que por vezes está enterrado pelas camadas que a velocidade da informação, autocriticas impedem esse ser de vivenciar as experiências a fundo.
Entrevista não é perguntar e anotar as respostas que quer ouvir. Assim como, atuar não é dar um texto bem dado e ter um excelente trabalho de voz se não tem alma.
Ser ator, jornalista, bailarino é ter espaço aberto para habitar a forma que o outro te passa e dar sentido a ela a partir do seu repertório e experiências; da mesma maneira ter espaço para verticalizar questões que fazem total sentido, mas que ainda não tem uma forma para que seja uma criação; é questionar-se nos momentos que surge a crise que paralisa para que o trabalho diga o que é necessário.
Encontrar-se mergulhado nesses universos de questionamentos, reavaliações, adaptações, vivências é quem sou eu e porque jornalismo.

Retorno

Retomar, revisitar, rememorar...

Consideremos o reinício das postagens do Caderno de uma Aprendiz.
Aqui esteremos reflexões, textos experimentais de críticas...