quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O corpo que narra

A quarta-feira foi coberta de magia na turma de Atuação. Coberta mesmo, todos os aprendizes estavam com uma tampa de pizza na cabeça, mas isso tem uma explicação.

No 2º encontro com o mestre Toshi Tanaka foi retomado exercícios de limpeza do espaço, respiração e riso, e isso nos preparou para a ênfase do encontro, trabalho de postura.

O exercício de limpeza do espaço iniciou com um toque diferente, todos os aprendizes transpassaram um cordão em torno da cintura, na altura do sacro e púbis, para que fosse mantida a linha do quadril. Se o cordão afrouxasse era sinal que houve uma quebra do quadril.

A turma de atuação está conhecendo o universo do Teatro Kyogen com a leitura de textos, vídeos e aulas com Toshi Tanaka e Francisco Medeiro. E foi possível notar que existe uma postura diferente para cada hierarquia de personagem neste teatro.

A partir do andar com folhas de jornal na sola dos pés e os deslizar deles transferindo o peso de uma perna para outra, como se puxássemos uma carroça, deu-se inicio a descoberta da postura usada pelo teatro oriental. Essa experiência foi realizada individualmente, em seguida em dupla e por fim em grupo de até seis pessoas como se todos fosse um grande inseto.

As caixas de pizza citadas no início do texto fez parte do corpo de todos os aprendizes e provocou o trabalho da percepção de espaço, grupo e o espaço entre... Além de provocar a imagem ligada ao texto estudado "Kusabira”, em que há proliferação de cogumelos fora da estação e que perturbam o agricultor e o benzedor.

Essa imagem nos retornou a ligação de posturas, além de inserir a frase ouvida no vídeo passado por Francisco Medeiros, em que o coro da peça dizia “YA YA KKO SHI YA” (Como é complicado, né?).

Na segunda parte do encontro o formador Filipe Brancalião conduziu a turma com a continuação do trabalho feito com Toshi e ressaltando a experiência do individuo e o grupo, a escuta além dos olhos, a escuta através do corpo.

Com a fala “YA YA KKO SHI YA” foram feitos exercícios em pequenos grupos e grandes grupos como se tivessem que equilibrar um prato e que foi possível notar que mesmo dentro de um coro existe a voz do individuo, não a voz fala necessariamente, mas a voz limite do corpo, por exemplo.

E a partir de outras dinâmicas com “YA YA KKO SHI YA” foram feitos links com a narratividade e de como a imagem somente pode nos dizer algo.

O encontro foi riquíssimos, completo de links e detalhes que se forem colocados no papel não tão ricos quanto a experiência, esse relato faz parte do segundo encontro com o mestre Toshi Tanaka, caso vocês queiram conhecer como foi primeiro encontro, leiam o texto “A naturalidade do corpo” feito pela SP Escola de Teatro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Território narrativo

Nublado, frio e chuvoso, assim estava esse sábado que aconteceu o 1º Território Cultural, após o recesso de férias.

As atividades não ficaram concentradas apenas na sede da SP Escola de Teatro, sendo que os aprendizes puderam visitar o Museu da Cultura Afro ou até mesmo ir ao Ibirapuera.

Entre as atividades internas no período da manhã, os aprendizes puderam assistir a leitura dramática dirigida pelos aprendizes Bruno Carboni e Lilian Prado, que apresentaram a leitura do texto didático "A Decisão", escrito em 1930, pelo alemão Bertold Brecht. E a leitura dramática do texto "Mauser", escrito por Heirner Muller, que foi dirigida pelos aprendizes Rafael Bicudo e Pablo Calanzas.

No período da tarde pudemos conhecer o trabalho dos aprendizes de Humor, que trouxeram os trabalhos realizados no Módulo Verde, mas que traziam a provocação da narratividade. Cada aprendiz apresentou uma cena em que narravam sobre o texto A Gaivota, de Anton Tchekhov. Na segunda parte da tarde os aprendizes apresentaram fragmentos do estudo feito do conto "Do diário de um auxiliar de guarda-livros".

“A importância da troca com os aprendizes do humor foi ressaltada depois de conhecer o trabalho deles, foi muito interessante conhecer o ponto de vista sobre o trabalho e entender a diferença de pesquisa que existe”.

Veja algumas imagens registradas através do celular Motoatrix:

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Encontro entre atores e diretores

Módulo Amarelo começou fazer os aprendizes a colocar a mão na massa e a trabalhar a memória, também. Todas as terças-feiras a turma de Atuação terá aulas com o formador convidado Fabricio Licursi, dando continuidade ao estudo de conscientização do corpo, iniciado no Módulo Verde.

Nesta terça-feira tivemos uma nova vivência, os aprendizes de direção assistiram o processo realizado em aula. E no final da aula Francisco Medeiros, Filipe Brancalião, juntaram-se aos aprendizes para uma conversa sobre a experiência ali vivida.

Provocações foram levantadas aos aprendizes de direção sobre a validez do encontro com os atores durante as aulas de corpo e como é possível manter-se presente durante as três horas de aula que tivemos.

Para o primeiro contato com os novos diretores, que acompanharão o trabalho toda a terça-feira, fiquei surpresa pelo entusiasmo e inquietação existente na fala dos aprendizes, pois de início pensava que não seria proveitoso para o trabalho deles estar presente na aula, mas não fazer parte da dinâmica de trabalho.

Nossa segunda semana de aulas iniciou curiosidades sobre as próximas aulas dadas as quartas-feiras, a leitura sobre o Teatro Nõ e Kyõgen, foram iniciadas no final de semana. Hoje teremos a primeira aula sobre. Contarei mais sobre a experiência em breve.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O olho de olho no olho do mundo

Foi assim que Francisco Medeiros, coordenador do curso de Atuação levantou uma provocação para os aprendizes, como foco de estudo do Módulo Amarelo.
Chico também nos trouxe a imagem da porta grega, que diferente da porta ocidental, abre para fora da nossa casa, ou seja, o indivíduo se abre para o mundo quando sai de sua casa; e se fecha do mundo quando volta para a intimidade de sua casa.
Ontem, coordenadores e formadores dos 8 cursos da SP Escola de Teatro fizeram breves explicações sobre as linhas de trabalho de cada curso para que daqui três semanas, no início do Experimento, não sejamos pegos de surpresas com ideias distintas das nossas.

O primeiro coordenador que entrou na sala 26 foi J.C Serroni, de Cenografia e Figurino, e nos contou que o trabalho dos aprendizes terá o desafio de transformar uma narrativa em imagens, e que as pesquisas realizadas serão expostas em paineis nos corredores da Escola para que dali surja novas ideias.
Juliana Jardim, Raul Barretto, do curso de Humor e Francisco Medeiros e Filipe Brancalião, do curso de Atuação foi o segundo grupo de encontrou os aprendizes na sala 26. Juliana frisou o estudo do narrador como sujeito que está em cena; o narrar e o fazer.

Filipe levantou a questão do tempo, como o presente e passado se relacionam. Além de ressaltar que durante o processo de troca com o povo brasileiro e de pesquisa em sala, não deixemos de lembrar a frase inicial do livro de João Ubaldo: “O segredo da Verdade: é que não existem fatos e sim histórias”, para que ela nos auxilie nos momentos de desapegos a ideias, por exemplo.

Ainda no final da tarde tivemos a visita de Alessandro Toller e do novo formador de Dramaturgia, de Rodolfo García Vasquez, coordenador do curso de Direção que iniciou o encontro lendo o texto, Direitos do Leitor, de Daniel Pennac.
O nosso dia foi finalizado com Guilherme Bonfanti, Iluminação, e Raul Teixeira do curso de Sonoplastia.
Esse foi o Panorama dos Cursos da SP Escola de Teatro e a linha de trabalho para o Módulo Amarelo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Eu sou Daniele Aoki, neta de Sofia...

Terça-feira foi o primeiro encontro efetivo que marcou o início do Módulo Amarelo para os oito cursos da Escola. Uma breve apresentação dos novos aprendizes foi realizada por Ivan Cabral, depois de cantarmos o hino da escola.

Conhecer o novo formador da turma de atuação e os dois novos aprendizes do grupo foi empolgante.

A dinâmica do grupo estava nitidamente instaurada e assim, iniciamos o trabalho do dia 9 de Julho de 2011, com a limpeza da sala, com os panos, baldes e com todos juntos.

Com a presença do coordenador do curso de atuação Chico Medeiros e do novo formador Filipe Brancalião, exercícios de escuta foram realizados e um novo jeitinho de apresentação foi feito.

“Eu sou Daniele Aoki, neta de Sofia. E o momento mais marcante no teatro para mim foi quando estava em uma sala de aula do curso de Teatro na Anhembi Morumbi, no qual minha amiga cursava e eu me deparei inserida na discussão do grupo como se eu fosse parte dele”.

Assim, aos poucos Filipe pode começar conhecer cada um de nós.

Um breve panorama do que será trabalhado nesse módulo a partir da obra literária de João Ubaldo Ribeiro foi realizada. E já podemos começar refletir sobre o que é ser um ator narrador.

Outros exercícios foram realizados e extremamente proveitosos. Mas, não vem ao caso descrevê-los, pois o que conta é a sensação do momento que esta sendo vivido e o que ficou dele.

Para finalizar acredito que iniciamos o Módulo Amarelo com espaço para aceitar o novo e viver, isso é um excelente sinal.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bem Vindos ao Módulo Amarelo

Dia 06 de Agosto de 2011, os aprendizes da SP Escola de Teatro começaram a chegar para o Território Cultural e reencontrar os amigos e colegas que não viam desde o dia 17 de Julho quando iniciou o recesso de férias.

As portas de acesso ao pátio principal e ao segundo andar permaneceram fechados para a entrada do público que chegava o que causou uma expectativa sobre o retorno dos aprendizes e o que os aguardavam. Todos estavam cientes que naquele dia teria a recepção aos novos colegas, selecionados no último processo seletivo e que uma exposição também os aguardavam.

A exposição de cenografia e figurino trouxe de volta o mundo vivido durante ao Módulo Verde, nos imergiu ao Experimento e ao universo de Tchekhov com os figurinos usados pelos grupos. Além dos trabalhos realizados pelos aprendizes durante o primeiro semestre de 2011 na Escola, com a orientação de J.C Serroni.

"Foi emocionante ver os amigos com lágrimas nos olhos ao relembrar o que vivemos no módulo anterior e além de revê-los depois de três semanas de afastamento".

Uma pequena homenagem ao novos aprendizes foi feita. Seus nomes estavam presentes em faixas penduradas pelas janelas e sacadas do prédio da Escola.

Depois da apresentação geral dos cursos feitas pelo coordenador Joaquim Gama, os aprendizes tiveram a experiência de conhecer o grupo italiano Teatro Tascabile Di Bergamo que encerrou sua passagem pelo Brasil, com uma apresentação no pátio da SP Escola de Teatro.

Dia 9 de Agosto começa a maratona do Módulo Amarelo para os aprendizes do período vespertino e todos nós teremos muito trabalho para realizar até o início do próximo Experimento.

Do universo russo ao universo brasileiro. Assim, as experiências serão criadas e vividas nesse módulo. Deliciem-se com a obra de Viva o Povo Brasileiro João Ubaldo Ribeiro.

Vejam mais fotos do Território Cultural tirada por Daniele Aoki, com o celular MotoAtrix: