quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Auto-reflexão

Nesse percurso de dois meses desde o último post do blog, diversas experiências foram vivenciadas nas salas, corredores da SP Escola de Teatro. Tentar colocar tudo isso em palavras é uma tarefa impossível pois é necessário escolher conforme a minha urgência o que quero narrar.

A auto-avaliação é uma etapa de um processo pedagógico estabelecido pela Instituição, no qual nos faz refletir sobre a nossa trajetória de aprendizado, envolvimento e disponibilidade para a proposta de trabalho do semestre.

E é uma parcela dessa reflexão que gostaria de dividir com vocês.

Esse momento criado pelo grupo da busca por questionamentos e não respostas absolutas me fez perceber que a chavinha para eu estar vivendo essas experiências na SP começou a se clarear em meus pensamentos e está reverberando em minhas atitudes e falas.

A forma de me comunicar foi alterada devido às necessidades e inquietações da mensagem que quero passar.

Uma das principais questões levantadas no Módulo Amarelo foi sobre o discurso artístico e se tenho um, acredito que passarei minha vida buscando respostas e as alterando conforme necessário. Mas com base na trajetória do módulo, acredito que por vezes não acreditava no discurso dramatúrgico, mas que era possível me mover para um lugar além do meu olhar e atitude cotidiana, isso por sua vez me fez perceber que o meu discurso artístico, pode sim, estar embutido em minha fala por mais que não concordo com o discurso do texto.

Fazer uma auto-avaliação de um semestre é uma tarefa complicada porque passam milhares de pensamentos e retornam muitas crises também, mas acredito que nesse módulo a minha disponibilidade para o risco foi instigada, instaurou-se uma vontade de experimentar sem medos o que de fato acrescentou sensações das quais nunca havia imaginado passar. Além de estar interessada pelas questões pratico-pedagógica, devido aos caminhos mágicos e objetivos trazidos nas aulas pelos formadores e que nos levavam para um estado além da reflexão.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Registro, crise e deleite

Como refazer uma partitura corporal, "se permitindo"adentrar as camadas dos movimentos e ações, sem ficar preso ao belo e bem feito da execução?
Qual é a sensação, que preenche a "máscara", que você/ator coloca?
O que é sensação? Como linkar corpo e sensação?
Qual é a sensação física que seu corpo pode ter a partir de uma postura?
Por que a descrição é despreendida da sensação?
Você não se afeta com a descrição?

Sair da ideia e experenciá-la.
Mas o que é experienciar?
Experiência = Experimento?

Se o Módulo Amarelo traz questionamentos... será que queremos e temos respostas?

Isso tudo pode parecer uma crise, mas...
Deixe passar e experiemente!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Micro cenas do Experimento


O grupo 3 está vivendo uma harmonia deliciosa durante o processo do Experimento. A cada dia percebemos a ligação que as ideias tem e como é possível trabalhá-lhas sabendo os momentos de abrir mão da ideia ou não.

Durante a semana passada e a última quinta-feira (13 de Outubro), o grupo foi dividido em dois, sendo que cada mini grupo pudesse ter um aprendiz de cada área, assim foi possível trabalhar os textos experimentais criados por Cris Gomes e pela Regi, aprendizes de dramaturgia.

Nos três dias de ensaio foi possível ter ideias e analisar o texto para começar tentar colocar em prática as questões vividas em aula. O processo foi colaborativo, interessante porque cada área pode apresentar seus pontos de vista, além disso aprender trabalhar com o diretor-provocador, que de certa forma, nos dá a falsa impressão de que não há um diretor.

O grupo de atuação está bastante satisfeito e pretende trabalhar cada dia mais com base nas provocações que Filipe Brancalião, formador do curso de Atuação, apresenta nos exercícios elaborados durante o início do semestre.

A conexão que é possível fazer entre as aulas, nos deixa com a chama acesa para trabalhar cada vez mais.

Imagens feita por Cris Gomens disponíveis no Flickr e o vídeo no Micro Cena - Módulo Amarelo - Grupo 3 - Regi.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Experimentando até no Caderno

Quando nos dispomos a um projeto sabemos que haverá sempre alguns momentos em que achamos impossível dar continuidade a eles. Esse mês de Setembro o Caderno de um Aprendiz não recebeu atualizações, não por falta de tempo, muito menos por falta de conteúdo, mas sim por estar vivendo muitas experiências no processo de formação e agora durante o Experimento.

Sempre é necessário fazer uma seleção do assunto que você quer relatar, mas o prazer em relatar isso precisa estar presente em cada linha do texto porque senão o sentido do projeto se desvai.

Desta forma acredito que a partir desse momento os assuntos que estarão em pauta nesse blog serão as experiências vividas no Experimento do Grupo 3 do Módulo Amarelo.

Viver o Viva o Povo Brasileiro está sendo um desafio cada vez mais interessante. E isso é minha motivação para continuar com o Caderno de um Aprendiz e poder passar o que vemos, sentimos e experimentamos durante o processo de criação do Experimento.

A autonomia de cada curso envolvido no Grupo 3 está envolvente e instigante, os núcleos estão conseguindo expressar seu ponto de vista e suas urgências sobre o trabalho do teatro narrativo, mas sem perder a colaboração das propostas advindas das outras áreas.

Neste último sábado o grupo de atores Alex Silva, Ariane Alves dos Santos, Daniele Aoki, Paloma Xavier, Renato Caetano e Thais Ribeiro, uniram-se com a sonoplasta Carol Guimaraes para criação de cena a partir dos trechos da obra de João Ubaldo Ribeiro, em que Perilo Ambrósio e Vevé são focos das cenas (páginas 102-106 e 155-159).

Com a leitura dos trechos foram selecionadas palavras que havia sonoridade ou frases que nos interessavam e que se tornaram frases e que por fim passou por mais um seleção e tornou-se uma música.

A experiência foi registrada por nossa dramaturga Cristiane Gomes e pode ser assistida no link - A sonoplasta Carol coordena a cena do Grupo 3 - Módulo Amarelo - SPET - 2011

Também é possível visitar o blog do Grupo ministrado pela dramaturgia, desde o início do projeto, em que há material das pesquisas realizadas pelo grupo, além do Flicker da Crix Gomes com imagens de exercícios feitos na semana de workshop do grupo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O corpo que narra

A quarta-feira foi coberta de magia na turma de Atuação. Coberta mesmo, todos os aprendizes estavam com uma tampa de pizza na cabeça, mas isso tem uma explicação.

No 2º encontro com o mestre Toshi Tanaka foi retomado exercícios de limpeza do espaço, respiração e riso, e isso nos preparou para a ênfase do encontro, trabalho de postura.

O exercício de limpeza do espaço iniciou com um toque diferente, todos os aprendizes transpassaram um cordão em torno da cintura, na altura do sacro e púbis, para que fosse mantida a linha do quadril. Se o cordão afrouxasse era sinal que houve uma quebra do quadril.

A turma de atuação está conhecendo o universo do Teatro Kyogen com a leitura de textos, vídeos e aulas com Toshi Tanaka e Francisco Medeiro. E foi possível notar que existe uma postura diferente para cada hierarquia de personagem neste teatro.

A partir do andar com folhas de jornal na sola dos pés e os deslizar deles transferindo o peso de uma perna para outra, como se puxássemos uma carroça, deu-se inicio a descoberta da postura usada pelo teatro oriental. Essa experiência foi realizada individualmente, em seguida em dupla e por fim em grupo de até seis pessoas como se todos fosse um grande inseto.

As caixas de pizza citadas no início do texto fez parte do corpo de todos os aprendizes e provocou o trabalho da percepção de espaço, grupo e o espaço entre... Além de provocar a imagem ligada ao texto estudado "Kusabira”, em que há proliferação de cogumelos fora da estação e que perturbam o agricultor e o benzedor.

Essa imagem nos retornou a ligação de posturas, além de inserir a frase ouvida no vídeo passado por Francisco Medeiros, em que o coro da peça dizia “YA YA KKO SHI YA” (Como é complicado, né?).

Na segunda parte do encontro o formador Filipe Brancalião conduziu a turma com a continuação do trabalho feito com Toshi e ressaltando a experiência do individuo e o grupo, a escuta além dos olhos, a escuta através do corpo.

Com a fala “YA YA KKO SHI YA” foram feitos exercícios em pequenos grupos e grandes grupos como se tivessem que equilibrar um prato e que foi possível notar que mesmo dentro de um coro existe a voz do individuo, não a voz fala necessariamente, mas a voz limite do corpo, por exemplo.

E a partir de outras dinâmicas com “YA YA KKO SHI YA” foram feitos links com a narratividade e de como a imagem somente pode nos dizer algo.

O encontro foi riquíssimos, completo de links e detalhes que se forem colocados no papel não tão ricos quanto a experiência, esse relato faz parte do segundo encontro com o mestre Toshi Tanaka, caso vocês queiram conhecer como foi primeiro encontro, leiam o texto “A naturalidade do corpo” feito pela SP Escola de Teatro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Território narrativo

Nublado, frio e chuvoso, assim estava esse sábado que aconteceu o 1º Território Cultural, após o recesso de férias.

As atividades não ficaram concentradas apenas na sede da SP Escola de Teatro, sendo que os aprendizes puderam visitar o Museu da Cultura Afro ou até mesmo ir ao Ibirapuera.

Entre as atividades internas no período da manhã, os aprendizes puderam assistir a leitura dramática dirigida pelos aprendizes Bruno Carboni e Lilian Prado, que apresentaram a leitura do texto didático "A Decisão", escrito em 1930, pelo alemão Bertold Brecht. E a leitura dramática do texto "Mauser", escrito por Heirner Muller, que foi dirigida pelos aprendizes Rafael Bicudo e Pablo Calanzas.

No período da tarde pudemos conhecer o trabalho dos aprendizes de Humor, que trouxeram os trabalhos realizados no Módulo Verde, mas que traziam a provocação da narratividade. Cada aprendiz apresentou uma cena em que narravam sobre o texto A Gaivota, de Anton Tchekhov. Na segunda parte da tarde os aprendizes apresentaram fragmentos do estudo feito do conto "Do diário de um auxiliar de guarda-livros".

“A importância da troca com os aprendizes do humor foi ressaltada depois de conhecer o trabalho deles, foi muito interessante conhecer o ponto de vista sobre o trabalho e entender a diferença de pesquisa que existe”.

Veja algumas imagens registradas através do celular Motoatrix:

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Encontro entre atores e diretores

Módulo Amarelo começou fazer os aprendizes a colocar a mão na massa e a trabalhar a memória, também. Todas as terças-feiras a turma de Atuação terá aulas com o formador convidado Fabricio Licursi, dando continuidade ao estudo de conscientização do corpo, iniciado no Módulo Verde.

Nesta terça-feira tivemos uma nova vivência, os aprendizes de direção assistiram o processo realizado em aula. E no final da aula Francisco Medeiros, Filipe Brancalião, juntaram-se aos aprendizes para uma conversa sobre a experiência ali vivida.

Provocações foram levantadas aos aprendizes de direção sobre a validez do encontro com os atores durante as aulas de corpo e como é possível manter-se presente durante as três horas de aula que tivemos.

Para o primeiro contato com os novos diretores, que acompanharão o trabalho toda a terça-feira, fiquei surpresa pelo entusiasmo e inquietação existente na fala dos aprendizes, pois de início pensava que não seria proveitoso para o trabalho deles estar presente na aula, mas não fazer parte da dinâmica de trabalho.

Nossa segunda semana de aulas iniciou curiosidades sobre as próximas aulas dadas as quartas-feiras, a leitura sobre o Teatro Nõ e Kyõgen, foram iniciadas no final de semana. Hoje teremos a primeira aula sobre. Contarei mais sobre a experiência em breve.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O olho de olho no olho do mundo

Foi assim que Francisco Medeiros, coordenador do curso de Atuação levantou uma provocação para os aprendizes, como foco de estudo do Módulo Amarelo.
Chico também nos trouxe a imagem da porta grega, que diferente da porta ocidental, abre para fora da nossa casa, ou seja, o indivíduo se abre para o mundo quando sai de sua casa; e se fecha do mundo quando volta para a intimidade de sua casa.
Ontem, coordenadores e formadores dos 8 cursos da SP Escola de Teatro fizeram breves explicações sobre as linhas de trabalho de cada curso para que daqui três semanas, no início do Experimento, não sejamos pegos de surpresas com ideias distintas das nossas.

O primeiro coordenador que entrou na sala 26 foi J.C Serroni, de Cenografia e Figurino, e nos contou que o trabalho dos aprendizes terá o desafio de transformar uma narrativa em imagens, e que as pesquisas realizadas serão expostas em paineis nos corredores da Escola para que dali surja novas ideias.
Juliana Jardim, Raul Barretto, do curso de Humor e Francisco Medeiros e Filipe Brancalião, do curso de Atuação foi o segundo grupo de encontrou os aprendizes na sala 26. Juliana frisou o estudo do narrador como sujeito que está em cena; o narrar e o fazer.

Filipe levantou a questão do tempo, como o presente e passado se relacionam. Além de ressaltar que durante o processo de troca com o povo brasileiro e de pesquisa em sala, não deixemos de lembrar a frase inicial do livro de João Ubaldo: “O segredo da Verdade: é que não existem fatos e sim histórias”, para que ela nos auxilie nos momentos de desapegos a ideias, por exemplo.

Ainda no final da tarde tivemos a visita de Alessandro Toller e do novo formador de Dramaturgia, de Rodolfo García Vasquez, coordenador do curso de Direção que iniciou o encontro lendo o texto, Direitos do Leitor, de Daniel Pennac.
O nosso dia foi finalizado com Guilherme Bonfanti, Iluminação, e Raul Teixeira do curso de Sonoplastia.
Esse foi o Panorama dos Cursos da SP Escola de Teatro e a linha de trabalho para o Módulo Amarelo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Eu sou Daniele Aoki, neta de Sofia...

Terça-feira foi o primeiro encontro efetivo que marcou o início do Módulo Amarelo para os oito cursos da Escola. Uma breve apresentação dos novos aprendizes foi realizada por Ivan Cabral, depois de cantarmos o hino da escola.

Conhecer o novo formador da turma de atuação e os dois novos aprendizes do grupo foi empolgante.

A dinâmica do grupo estava nitidamente instaurada e assim, iniciamos o trabalho do dia 9 de Julho de 2011, com a limpeza da sala, com os panos, baldes e com todos juntos.

Com a presença do coordenador do curso de atuação Chico Medeiros e do novo formador Filipe Brancalião, exercícios de escuta foram realizados e um novo jeitinho de apresentação foi feito.

“Eu sou Daniele Aoki, neta de Sofia. E o momento mais marcante no teatro para mim foi quando estava em uma sala de aula do curso de Teatro na Anhembi Morumbi, no qual minha amiga cursava e eu me deparei inserida na discussão do grupo como se eu fosse parte dele”.

Assim, aos poucos Filipe pode começar conhecer cada um de nós.

Um breve panorama do que será trabalhado nesse módulo a partir da obra literária de João Ubaldo Ribeiro foi realizada. E já podemos começar refletir sobre o que é ser um ator narrador.

Outros exercícios foram realizados e extremamente proveitosos. Mas, não vem ao caso descrevê-los, pois o que conta é a sensação do momento que esta sendo vivido e o que ficou dele.

Para finalizar acredito que iniciamos o Módulo Amarelo com espaço para aceitar o novo e viver, isso é um excelente sinal.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bem Vindos ao Módulo Amarelo

Dia 06 de Agosto de 2011, os aprendizes da SP Escola de Teatro começaram a chegar para o Território Cultural e reencontrar os amigos e colegas que não viam desde o dia 17 de Julho quando iniciou o recesso de férias.

As portas de acesso ao pátio principal e ao segundo andar permaneceram fechados para a entrada do público que chegava o que causou uma expectativa sobre o retorno dos aprendizes e o que os aguardavam. Todos estavam cientes que naquele dia teria a recepção aos novos colegas, selecionados no último processo seletivo e que uma exposição também os aguardavam.

A exposição de cenografia e figurino trouxe de volta o mundo vivido durante ao Módulo Verde, nos imergiu ao Experimento e ao universo de Tchekhov com os figurinos usados pelos grupos. Além dos trabalhos realizados pelos aprendizes durante o primeiro semestre de 2011 na Escola, com a orientação de J.C Serroni.

"Foi emocionante ver os amigos com lágrimas nos olhos ao relembrar o que vivemos no módulo anterior e além de revê-los depois de três semanas de afastamento".

Uma pequena homenagem ao novos aprendizes foi feita. Seus nomes estavam presentes em faixas penduradas pelas janelas e sacadas do prédio da Escola.

Depois da apresentação geral dos cursos feitas pelo coordenador Joaquim Gama, os aprendizes tiveram a experiência de conhecer o grupo italiano Teatro Tascabile Di Bergamo que encerrou sua passagem pelo Brasil, com uma apresentação no pátio da SP Escola de Teatro.

Dia 9 de Agosto começa a maratona do Módulo Amarelo para os aprendizes do período vespertino e todos nós teremos muito trabalho para realizar até o início do próximo Experimento.

Do universo russo ao universo brasileiro. Assim, as experiências serão criadas e vividas nesse módulo. Deliciem-se com a obra de Viva o Povo Brasileiro João Ubaldo Ribeiro.

Vejam mais fotos do Território Cultural tirada por Daniele Aoki, com o celular MotoAtrix: